Muitos bebês estão sendo superalimentados nos primeiros meses de
vida, segundo um estudo produzido pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
Novos dados levantados pela organização mostram que
as tabelas de crescimento superestimaram o peso que os bebês devem
ganhar na fase de crescimento, o que teria levado ao uso excessivo do
leite em pó.
Segundo a pesquisa da OMS, que
analisou 8.440 crianças em seis países, incluindo o Brasil, as tabelas
de crescimento usadas por profissionais da saúde estão erradas.
O
resultado mostra que os bebês que são amamentados apenas por leite
materno são mais magros e mais altos do que aqueles que tomam leite em
pó, mas os cientistas dizem que isso é perfeitamente saudável e é a
maneira que os bebês devem crescer.
A OMS
descobriu que o peso ideal para bebês de 2 anos ou 3 anos estava de 15% a
20% mais alto nas tabelas de crescimento usadas pela organização.
As
tabelas sugerem que crianças de um ano pesem entre 10,2 kg e 12,93 kg,
quando na verdade deveriam pesar entre 9,53 kg e 11,79 kg, de acordo com
a OMS.
Os pesquisadores dizem que a
superalimentação das crianças pode explicar em parte por que a atual
geração de adultos é a mais obesa de todos os tempos.
A OMS disse ainda que vai publicar novas tabelas de crescimento até o final do ano.
Dieta
As
tabelas atuais de crescimento de crianças são baseadas em estudos
feitos com bebês que se alimentavam de leite em pó há mais de 20 anos.
Essas
pesquisas sugeriam que os bebês que eram amamentados exclusivamente do
leite materno normalmente não cresciam de maneira adequada nos primeiros
meses porque ganhavam peso em uma velocidade menor.
Por
isso, as mães eram aconselhadas a suplementar a dieta das crianças com
leite em pó ou até mesmo trocar a amamentação por completo.
No
entanto, nos últimos anos ficou comprovado que o leite materno tem a
melhor combinação de nutrientes para o crescimento de uma criança.
Crescimento
"Os
novos padrões oferecem uma melhor descrição do crescimento psicológico e
estabelecem que a amamentação das crianças é a regra biológica", diz
Mecedes de Onis, uma das pesquisadoras da OMS.
Segundo
Prakash Shetty, chefe do planejamento nutricional do Fundo para
Agricultura e Alimentos das Nações Unidas (FAO), as novas recomendações
significam que as calorias ingeridas diariamente pelas crianças devem
ser 7% menor do que os níveis recomendados atualmente.
"Se
você analisa as necessidades dessas crianças que são alimentadas
exclusivamente de leite materno, é possível perceber que elas precisam
de menos calorias do que aquelas que se alimentam de leite em pó", diz
Shetty.
Ele também afirma que a maneira que a ingestão de calorias é medida deveria ser mudada, inclusive para adultos.
Em
vez de ter quantidades diferentes para homens e mulheres, as pessoas
deveriam ser aconselhadas de acordo com a energia que elas gastam
diariamente.
Uma pessoa que fica o dia todo
sentada e não faz qualquer exercício deve consumir menos que 1,7 mil
calorias - um número bem menor do que as de 2 mil calorias para mulheres
e 2,5 mil para homens recomendadas atualmente.
Uma
mudança também aconteceria para uma pessoa que faz muitos exercícios,
que deveria passar a consumir cerca de 4 mil calorias por dia.
Retirado do site:
BBC Brasil
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